A golpista.
Ela era estranhamente religiosa. Acreditava que quem reza para Deus, melhor rezar também para o diabo, pois quem pode garantir qualquer coisa? O padre, dizia-lhe para não “servir a dois senhores” (Mateus 6:24) O ditado do mundo de marketing dizia que “cachorro que tem dois donos morre de fome”. Mas, ela, teimosa e persistente, ia em todos os cultos de A à Z. Vez ou outra, quando aparecia a oportunidade, ia ao encontro de budistas e outras tendências político-religiosas. A vizinhança comentava que ela tinha muito tempo disponível e, por isto, podia se dar ao luxo de ir a tantos cultos e templos. Mas a verdade era bem outra. ... Pois bem... Estava de bem com todos. E, em cada um desses cultos, fazia questão de procurar o “chefe do respectivo” e desfiar-lhe um monte de queixas notadamente sobre a família. Os filhos não trabalhavam e aqueles que o faziam não contribuíam para as despesas da casa. O marido, vivia em casas clandestinas de jogos e apesar de perc...