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Mostrando postagens de abril, 2021

O ônibus.

  O ônibus desgovernado sai da estrada e cai em um penhasco. Sem sobreviventes. Bombeiros tentam em vão resgatar e identificar corpos. Impossível! Posto que o incêndio fora de grandes proporções destruindo tudo o que havia dentro e fora do veículo. Nenhum parente ou amigo aparece na delegacia ou no departamento de transito para comunicar o desaparecimento de pessoas próximas. Caso encerrado. Sem solução. .... Tudo começou uns dias antes com um convite para viajar para uma cidade bucólica e agradável, que viera pelo correio, sem identificação, com as passagens de ônibus. Ele, aventureiro que era, topou imediatamente. Havia um protocolo em que deveria ligar para um determinado número de telefone e confirmar a presença. O que, ele, esperto que era, o fez assim que abriu a carta recebida. Chega o dia da viagem, ele toma assento no ônibus ao lado de uma bela e jovem senhorita, digamos assim, muito agradável. Rapidamente se conhecem e conversam enquanto as pernas, ina

Esquecimento.

  Como é sabido detalhes são extremamente importantes e diferenciais. O local era sabidamente perigoso, entretanto, elas, corajosas e, talvez, um pouco confiantes demais, se aventuraram por lá, para levar uma amiga em casa, após uma festa. Em uma rua estreita, o carro foi cercado por quatro indivíduos visivelmente perigosos, armados, que habilmente as dominaram. Levaram-nas, as três para um local distante da cidade, assustadoramente deserto. Homens de pouca conversa. Objetivo: traficarem as mulheres para prostituição na Espanha. No entanto, esqueceram-se de um detalhe: revistarem-nas... ... Uma delas, não se sabe bem se a mais nova, havia tido treinamento militar em um país cujo exército era temido em todo mundo. Frequentemente andava armada com sua pistola “Sig Sauer P 365”, 9 mm. Sócia de um clube de tiro na região onde morava, pouco importante para a nossa história, ela, a atiradora, era campeã naquele clube, colecionando com orgulho vários títulos. .... As mul

Apesar de tudo.

  O jovem casal preparou-se para receber as visitas. Sabia-se que não seriam muitas pessoas, talvez um casal ou no máximo três pessoas. Eram músicos, tocavam na orquestra sinfônica daquela graciosa e acolhedora cidade. As visitas eram estrangeiras, não se sabia ao certo de onde. Ela, a moça, não era lá muito simpática, podendo ser até muito deselegante e áspera. Ao contrário dele que era muito gentil, educado e atencioso. Ambos tocavam violino, e ele, além do violino tocava flauta na orquestra. Prepararam um pequeno repertorio para homenagear as visitas, que seria executado, logo após o jantar. ..... Chegaram. Vieram em três. Um casal e uma simpática senhora um pouco mais velha, que era mãe de um dos dois. A senhora era de uma inteligência e experiência invejáveis, um humor sarcástico e ferino, sagaz. Após as apresentações cordiais e educadas, foram conversar na sala de estar. A conversa transcorria normalmente quando a senhora, disparou a seguinte pérola: -

O Encontro.

  Ela tinha certeza que era aquele moço, esperava ansiosa, junto com sua irmã, na porta da cafeteira. Tudo tinha sido combinado poucos dias antes. Já era o quarto ou quinto café que tomavam. Um café forte, para animar e aguentar o frio que fazia. Já iam para o próximo café, quando despontou ao longe, umas duas ou três quadras adiante, o rapaz em questão. Júlia era um pouco confusa e ansiosa e ficou mais ansiosa, e sem ação. O rapaz foi chegando perto. E quanto mais perto, mais distante parecia, mais demorava a chegar. Era a ansiedade que tomava conta definitivamente. O rapaz chegou. Ela o cumprimentou educadamente, sem intimidades, de beijos e abraços, um cumprimento formal. Ele, bastante cortês, respondeu ao cumprimento. Ela: - Esta aqui é minha irmã, da qual lhe falei. - Muito prazer, meu nome é Cléa, e o seu? - Chamo-me John, mas todos me chamam de Joe. Fique à vontade para me chamar da maneira que quiser. - Obrigada, respondeu Cléa, vamos entrar na caf

Pequenos agrados.

  Queria a “qualquer preço” fazer a sua mulher feliz. Não media esforços para isto. Trabalhava como empregado em uma lanchonete de trailer. Mas se esforçava e as vezes pegava um bico ou outro para arrumar mais dinheiro, com uma única finalidade, que já sabemos. Deixar sua mulher feliz. Ocorre que os agrados que fazia à mulher eram destinados na realidade a ele próprio, como por exemplo, levava para ela uma sandália nitidamente masculina, que ela não usava, e portanto ele acabava por usar, entre outras coisas na mesma linha. Ela começou a tomar uma certa antipatia dele e de suas manias, que se resumiam sempre às mesmas coisas, além dos falsos “agrados”. Fazendo com que a vida dela fosse uma repetição constante. Sempre a mesma coisa. Bifes com batata rústica e arroz com alecrim. Um dia não era em nada diferente do outro. Exausto, lhe dava o “agrado”, jantava, assistia um pouco de TV e desmaiava na cama. Ela ficava olhando e custava a dormir, ele roncando. Começou