O ônibus.

 

O ônibus desgovernado sai da estrada e cai em um penhasco.

Sem sobreviventes.

Bombeiros tentam em vão resgatar e identificar corpos.

Impossível! Posto que o incêndio fora de grandes proporções destruindo tudo o que havia dentro e fora do veículo.

Nenhum parente ou amigo aparece na delegacia ou no departamento de transito para comunicar o desaparecimento de pessoas próximas.

Caso encerrado. Sem solução.

....

Tudo começou uns dias antes com um convite para viajar para uma cidade bucólica e agradável, que viera pelo correio, sem identificação, com as passagens de ônibus.

Ele, aventureiro que era, topou imediatamente.

Havia um protocolo em que deveria ligar para um determinado número de telefone e confirmar a presença.

O que, ele, esperto que era, o fez assim que abriu a carta recebida.

Chega o dia da viagem, ele toma assento no ônibus ao lado de uma bela e jovem senhorita, digamos assim, muito agradável.

Rapidamente se conhecem e conversam enquanto as pernas, inadvertidamente se encostam.

A estrada era deserta e poeirenta, em meio a pequenos tuchos de plantas secas.

Via-se ocasionalmente um ou outro abutre, uma cobra, um coiote.

Desde a saída da rodoviária não tinham passado por nenhuma cidade, sequer um vilarejo, um posto de gasolina, nada.

O motorista informa por uma espécie de rádio interno que farão a primeira parada alguns quilômetros à frente.

Todos ficam felizes. Já famintos e com sede.

Já era noite quando chegam a um pequeno posto, o ônibus é recolhido para uma garagem, enquanto os passageiros se dirigem a uma lanchonete pequena, porem agradável e bem sortida.

Ele, já meio intimo da senhorita, aproveita depois de uma ligeira higiene, para um pouco mais de intimidade, o que ocorre no banheiro feminino.

Não se tem muitos detalhes sobre o evento.

Ao saírem, ele nota que o motorista já havia bebido uma boa quantidade de cervejas e alguns copos de conhaque.

Fica apreensivo. Demonstra a preocupação para os outros passageiros.

Poucos lhe dão atenção.

É anunciada a partida do ônibus em 15 minutos.

Todos se aprontam.

A estrada torna-se sinuosa, em uma subida que parecia não ter fim.

O ônibus subia, com certa facilidade.

O motorista mal conseguia controlar o ônibus.

Ele, audaciosamente, retira o motorista da direção, solicita-lhe que desça do ônibus, no que é atendido prontamente, desparecendo em uma espécie de bruma.

Ela, maravilhada com aquele homem audaz, fica lhe fazendo carinhos, enquanto ele dirige o veículo com habilidade.

A subida continua, infindável....

Ele preocupado com a descida, certamente mais perigosa.

Já é tarde da noite e a visibilidade é prejudicada.

Não consegue ver a continuidade da estrada.

Simplesmente porque ela não existia.

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